Terça-feira, 02 de junho de 2009.
A perigosa BR 153 Belém-Brasília, gasolina ruim, problemas na XT600 e Xambioá
Acordamos cedo 05h30.
Café da manhã reforçado, este estava bom mesmo. E pé na estrada.
Destino: Marabá e BR 230 Transamazônica.

CHUVA
Chegamos ontem com chuva e estamos saíndo de Palmas debaixo de mais chuva.
Aqui a roupa e a bota impermeáveis estão fazendo a diferença. Se vier pra cá de moto tem que investir numa roupa boa. Ajuda.
Nos perdemos um pouco hoje cedo em Palmas... rotatória pra cá e rotatória pra lá...
Como não abastecemos ontem a noite estamos procurando um posto.
Sergião abastece em um posto dentro de Palmas, posto meio estranho mas como demorou pra achar um, ele toca em frente. Não gostei muito do posto e decido tentar com a gasolina que está no tanque.
Paramos em uma portaria de um empresa e o vigia avisa que próxima cidade a 60 km, voltamos pela principal e fomos até um posto pra abastecer minha moto.
Decidimos continuar pela TO 010 para Lajeado e cruzar o Rio Tocantins para pegar a famosa BR 153 Belém-Brasília em Miranorte.
Cruzamos o Rio Tocantins perto de Miracema do Tocantins: primeira das várias balsas da viagem.

A FAMOSA e PERIGOSA BR 153!
Perigosa é pouco. Cuidado neste trecho.
Crateras enormes na pista e um ballet dos caminhoneiros pra desviar aqui a ali.
Perigoso pois eles enxergavam que estávamos vindo e mesmo assim nos fechavam do nada pra desviar dos buracos.
Pegamos um comboio de 3 caminhões cegonha... parecia um trem. Os dois atrás iam colados no primeiro e o que este fazia os 2 repetiam sem nem olhar pra pista, grudados um no outro.
Aparece um Astra vermelho e dois casais de jovens dentro.
Tento ultrapassá-los pela esquerda... e ele não deixa... primeira vez que pego este tipo na viagem.
Espero ele acelerar e ele dá uma brecada. Vou pela direita mesmo pois não consigo enxergar a estrada e fico com receio de pegar um buraco do nada e aí lá vai roda pro...
Ultrapasso ele meio entre o caminhão da frente e ele, fazendo um "S" e tentando acelerar. Ele acelera pra não me deixar passar... consigo e toco adiante.
De repente, mais adiante, quem resolve aparecer a forçar a entrada na frente da moto?
CONFUSÃO
Vejo um caminhão vindo na contra-mão e ele não vai conseguir acelerar para entrar entre a 660R e o caminhão à nossa frente.
O que ele resolve fazer?
Fechar a moto... claro!
Tava demorando pra encontrar o tipo "que se dane o motociclista"!
Ele força a entrada e vou parar no acostamento... acho que ficou envocado pela ultrapassagem que fiz lá atrás ou o cara é um f... da p... mesmo.
Fico "p" da vida, contorno o Astra pela esquerda e acerto o retrovisor dele.
Bem... atitude incorreta mas começa a disputa de nervos e força.
Chegamos a uma cidade pequena onde a rua principal passa só um de cada lado.
O Astra fica pra trás.
Mas acho que ele avisou a Polícia Rodoviária pois os guardas nos param pra documentos e averiguação.
A POLÍCIA RODOVIÁRIA
O Sergião para do lado e dá uma bronca daquelas. Cara... Ding... cê tá louco?
Deixa o cara pra lá... olha onde nós estamos?!
Ouvi, concordei... mas na hora não consegui meditar.
Fico na moto parado e o guarda se aproxima, acha estranho eu estar de bala-clava preta, recua, abre o coldre e com a mão sobre a arma pede para eu me identificar.
É HOJE!
Fico meio revoltado com a atitude do guarda e ele pede para que eu me identifique.
Entrego RG e documento da moto mas não tiro o capacete e nem desco da moto.
Ele pede pra eu tirar o capacete e a bala-clava e descer da moto.
Tiro com calma. Falo pra ele ficar tranquilo e ele vai pra guarita averiguar...
Sergião acompanha.
Vou pra garagem ao lado do posto policial e olha só o que encontro!
Uma Harley da Rodoviária IMPECÁVEL!
Galera, não tinha nenhuma sujeirinha e tava toda polida.
Bem, não foi bem assim... mas vou contar vai. O guarda pediu pra eu desmontar a moto para que ele pudesse revistá-la. Digo pra ele que demora de 1h a 1h30 pra desmontar e montar novamente.
Ele insiste a de forma meio grosseira.
Falo que até desmonto mas que ele irá ter que montar de volta... aí o cara ficou fera... falou que era desacato e que ele poderia me prender...
Falei pra ele que não havia motivos e que estávamos na boa viajando.
... bem ... deixa pra lá...
Tudo resolvido e tocamos adiante...
Paramos em Nova Olinda, ainda na BR 153, num posto de gasolina lotado de caminhoneiros, já perto de Araguaína, pra almoçar. Bandejão mesmo: arroz, feijão, arroz tropeiro, saladas, abóbora refogada e Coca-cola, e a dúvida: a garçonete ou a moça do caixa... rsrsr... disputa pra mais bonita do pedaço. Verdade... duas gatinhas no meio daquele posto cheio de caminhoneiros. Não é a toa que o posto tava lotado... rsrsr
PERIGO À FRENTE
Primeira notícia de assaltos adiante.
Dois caminhoneiros no posto sentam ao nosso lado e avisam que o trecho Xambioá até Marabá é perigoso no final de tarde/início da noite.

PROBLEMAS COM A XT600
Barulho no motor e vazamento de óleo.
Entramos em Araguaína e pegamos a TO 164 em direção à Xambioá ( A terra do faroeste ).
A estrada fica menor e a paisagem é bonita. Muitas fazendas de gado à beira da estrada.
A moto do Sergião começa a perder potência e a fazer um barulho forte no motor. Chegando perto parece que a relação está moendo... tem fumaça preta saindo pelo escapamento e um cheiro estranho.
Ele resolve acelerar pra ver se desentope e o barulho aumenta. Falo pra ele pra tocarmos adiante sem ultrapassar os 3.000 giros até encontrarmos a próxima cidade e ver se conseguimos ajuda.
Chegamos em Carmolândia e numa loja de peças verificamos que tem vazamento pelo bocal de entrada do óleo do motor, no quadro da 600. O rapaz nos dá um anel de borracha pra vedar e diz que são as válvulas batendo.
Começa a suspeita de gasolina ruim. Como a 660R é por injeção, acho que a eletrônica contornou o problema. Já o carburador da 600 não resolveu e começou a bater válvula e a soltar fumaça preta pelo escapamento. Completamos com um pouco de óleo e seguimos adiante em direção à Xambioá.

Chegamos a Xambioá as 16h30 e fomos para a fila da balsa.
A ídeia era forçar um pouco, atravessar a balsa e tentar chegar em Marabá ainda hoje.
Os caminhoneiros nos avisam pra não seguir adiante pois os assaltos no final de tarde são muitos e o trecho Xambioá até Marabá é perigoso.
Conversamos com mais um caminhoneiro e a notícia é a mesma.
Decidido: dormir em Xambioá.
Vamos andar pelo tal trecho perigoso logo cedo pela manhã.
No posto de gasolina ( dica: sempre procure por onde comer e onde dormir no posto de gasolina ) nos indicam o hotel Tomazini. Bom Hotel.
Paramos as motos dentro do estacionamento e agora é descansar pra amanhã cedo seguir para Marabá.
Final de tarde com pôr-do-sol maravilhoso à beira do rio Araguaia.
Agora é botar as bikes pra descansar tomar um bom banho e procurar algo para comer.
Saímos à noite sem capacetes para comer algo. Perto da balsa um garoto corre pra perto da minha moto e avisa... "Moço, coloca o capacete pois aqui os guardas não perdoam..." e o Sergião já no centrinho andando na maior, procurando o restaurante de frutos do mar... ou melhor, do rio.
Voltamos pro Hotel, pegamos os capacetes e fomos comer. Incrível, a cidade é minúscula e as ruas são todas de terra e o capacete é obrigatório. Em cada cidade é de um jeito.
Ficamos na picanha com xtudo mesmo. Não tivemos coragem de experimentar o peixe da região.
Sergião tá preocupado com a moto.
Vamos procurar uma concessionária Yamaha em Marabá pra ver o que acontece com a 600.
Voltamos pro hotel e agora é descansar pra amanhã chegar finalmente em Marabá e pisar na BR 230, a Transamazônica.
Vamos torcer!

Muito legal a viagem de vcs eu morava em Araguaina e agora voltei pra Minas Gerais e sou estudante de Sistema de Informação, gostei muito , e ta me dando saudades destes lugares todos, visitem Sao Geraldo do Para, boa cidade!
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